quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Os marmiteiros de Harvard
Certa vez tive a oportunidade de encontrar nas minhas navegações pela internet uma reportagem do PORTAL EXAME sobre os Dabbawalas de Bombaim, ou mais conhecidos como marmiteiros.
“Grandes empresas e algumas das mais renomadas escolas de negócios elegem um novo fenômeno de eficiência: os entregadores de refeições da Índia”
Na maior metrópole da Índia, a cidade de Bombaim trabalha um grupo de aproximadamente 5000 homens com uniforme e chapéu branco e executam todos os dias um serviço de entrega sem igual no mundo.
Segundo o Portal Exame: “No início da manhã, os dabbawalas (“carregadores de marmitas”, em hindi) retiram cerca de 200 000 refeições prontas da casa de seus clientes. O destino são milhares de escritórios localizados na área comercial, no lado oposto da cidade. Há um preciso limite de tempo para que o trabalho dos dabbawalas seja finalizado — o horário do almoço desses 200 000 trabalhadores indianos. Durante a coleta nos bairros residenciais, os dabbawalas se valem de bicicletas, carrinhos de mão ou caixas de madeira que comportam até 60 marmitas. Das casas, seguem para as estações de trem, onde outros integrantes dessa rede logística organizam sua distribuição de acordo com o destino das refeições. No desembarque, na área comercial da cidade, um novo grupo se encarrega de entregar em mãos o almoço caseiro nos escritórios. Uma hora depois começa a jornada reversa, e todas as marmitas são devolvidas a seus locais de origem. O lema dos dabbawalas é “Levar comida a alguém é o mesmo que servir a Deus”. E eles realmente encaram com seriedade a missão. Apesar da quantidade de encomendas, da precariedade dos recursos empregados e da confusão de trânsito nas ruas de Bombaim, o serviço tem índice de falhas próximo de zero. Num artigo recente, a revista inglesa The Economist estimou que ocorre um erro a cada 16 milhões de entregas dos dabbawalas. A americana Forbes classificou seu sistema logístico como um dos mais engenhosos do mundo.”
Essa impressionante taxa de eficiência, chamou a atenção de grandes organizações como Coca-Cola, Siemens e Daimler-Benz. O reconhecimento da competência em logística faz hoje com que os dabbawalas dividam seu tempo entre as entregas de marmitas e as palestras em Harvard, Michigan e Stanford.
Essa estrutura de organização mostra como os países subdesenvolvidos como a Índia criam alternativas para se manterem, pois sem o uso de computadores ou GPS eles fazem as entregas de forma perfeita – penso até que se eles utilizassem alguma tecnologia hoje para realizar esse trabalho, não conseguiriam entregar aos clientes uma comida saborosa, quente e no prazo proposto.
Por: Evelin Pontes
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